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Sob o guarda-chuva do worldfishmigrationday.com, uma parceria entre o WWF, a The Nature Conservancy e outras organizações, o movimento é para mostrar à sociedade a relevância das espécies migratórias de peixes no mundo todo.
Na Amazônia, o cenário não é diferente. A migração livre é fundamental para a manutenção do estoque de peixes nos rios da região. Espécies como dourada, piramutaba, piraíba, pirarara, jaú, surubins e peixes de escamas como matrinxã, tambaqui, pirapitinga e tucunaré, além de cetáceos (botos) e quelônios (tartarugas e tracajás) deslocam-se por milhares de quilômetros para reprodução e desova, além de alimentação em épocas de cheias e secas. Sem esta possibilidade, a população de cada uma destas espécies sofre e pode chegar ao colapso.
Rios saudáveis não apenas garantem a diversidade biológica das águas doces, como exercem papel fundamental para o equilibrio da cadeia alimentar e das florestas, que por sua vez prestam uma série de serviços ecológicos fundamentais para a existência da vida. A interrupção do ciclo natural de migração de peixes também afeta diretamente o abastecimento de comunidades amazônicas inteiras, que dependem da pesca artesanal para se alimentar e gerar renda às suas famílias.
Construímos tantas barreiras artificiais nos rios que estamos gerando um decréscimo acentuado nas espécies de peixes migratórios no mundo em geral, e na Amazônia em particular. A Iniciativa Amazônia Viva celebra, portanto, a importância dos ecossistemas de água doce e das espécies na região Amazônica durante o mês de maio, com trabalhos de pesquisa e comunicação voltados ao tema:
Expedição Espécies Migratórias do Rio Juruena
Esta é uma ação conjunta da Iniciativa Amazônia Viva, WWF Brasil, e Mapsmut a para obter informações sobre peixes do rio Juruena e pesquisas sobre a atividade pesqueira da região.
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Segundo uma das teorias mais aceitas no âmbito da ictiofauna – a área da ciência que cuida do estudo dos peixes – os peixes migratórios são aqueles animais que mudam de habitat regularmente, indo desde pequenas migrações verticais, de peixes que sobem e descem nos rios, lagos e oceanos; até migrações de longas distâncias, que ocorrem em períodos de tempo variados (há espécies que migram apenas uma vez por ano; outras realizam viagens longas com mais frequência).
Geralmente, as espécies de peixes mudam de lugar para procurar alimentos ou para procriar. Os animais “sentem” as condições da água (presença de oxigênio, acidez e temperatura do ambiente) e sabem a hora de realizar suas viagens.
Os peixes migratórios são divididos em cinco grupos, dependendo de onde eles saem e para onde vão: existem espécies que vivem no mar aberto, por exemplo, mas procuram rios de água doce para procriar; assim como existem peixes que saem de rios em busca de oceanos ou outras fontes de água salinizada.
Piracema
No Brasil, é famoso o processo de migração conhecido como piracema, em que algumas espécies sobem os rios com fins reprodutivos. Ao longo deste processo de ida e vinda, os peixes encontram diversos obstáculos naturais – pedras, cachoeiras, predadores – o que torna sua migração uma perigosa e arriscada aventura. “Piracema” é um termo indígena que vem do tupi e significa “saída dos peixes”.
No entanto, mesmo que o fenômeno seja bastante conhecido, ainda hoje existem poucos estudos relativos às espécies migratórias da Amazônia brasileira. E por que isso acontece?
Para o biólogo Rosalvo Duarte Rosa, um dos motivos para os poucos estudos sobre espécies migratórias de peixes diz respeito aos custos envolvidos em um trabalho como esse.
“Como você faz para seguir um bicho que anda até 5 mil quilômetros? É muito difícil e não são todas as organizações que têm tempo e recursos para apoiar um projeto desses”, disse.
O método mais eficiente para o estudo de peixes migratórios chama-se marcação e consiste, como diz o nome, em marcar os peixes com algum instrumento – geralmente uma etiqueta, gancho, presilha ou outro pequeno artefato – e acompanhar o trajeto do animal.
Este método, no entanto, exige tempo e é vulnerável a diversas situações, como instrumentos que se soltam ou desprendem, que estragam ao longo do tempo ou que são arrancados por pescadores ou predadores naturais. Ainda assim, segue como o meio mais eficaz na hora de estudar espécies migratórias.
Ajuda à conservação
O biólogo Reginaldo Carvalho dos Santos contou que estudar as grandes espécies migratórias ajuda a conhecer melhor a região amazônica – e pode auxiliar na elaboração de projetos de conservação para esta região.
“Algumas espécies, como a piraíba, por exemplo, viajam muito, e procuram sempre ambientes íntegros, com vegetação nas margens e água de boa qualidade. Então, acompanhá-la é conhecer áreas intactas da Amazônia e descobrir onde existem ambientes que o homem não conhece ou pouco interferiu”, explicou.
Reginaldo disse ainda que existem estudos mostrando que a piraíba (cujo nome científico é Brachyplatystoma filamentosum) é associada a um número grande de outras espécies nas margens dos rios Amazonas e Teles Pires - cerca de 350 e 400 espécies de peixes, sem contar grandes mamíferos, insetos e artrópodes.
“Garantir, portanto, um ambiente íntegro e um ecossistema saudável para a piraíba ajuda a promover a conservação da uma série de outras formas de vida”, disse o biólogo.
Informações úteis
O coordenador da Expedição Espécies Migratórias de Peixes do Rio Juruena, Ayslaner Gallo, disse que é muito importante conhecer os ambientes e rios utilizados pelos peixes que migram para ajudar na conservação desses próprios peixes.
“Todas as informações são importantes para pensarmos na conservação e perpetuação dessas espécies. Então é útil saber que locais essas espécies visitam e se elas, por exemplo, saem de uma bacia hidrográfica para outra, usando as bacias dos rios Madeira, do rio Tocantins ou do Xingu, por exemplo”, disse o especialista.
Acompanhe as atividades e celebre a riqueza da Amazônia nos canais da Iniciativa Amazônia Viva e do WWF Brasil.
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Surubim
Nome Científico: Pseudoplatystoma spp
Migração: A espécie desova durante o período de águas altas nos tributários das montanhas. A temperatura baixa supostamente adia a saída dos ovos, que é levado mais rapidamente pela corrente por causa da alta velocidade da água.
Fonte: Migration of Freshwater Fishes, By Martyn Lucas, Etienne Baras, 2008
Tucunaré
Nome Científico: Cichla spp
Características: O habitat preferido da espécie é uma água lenta. É um peixe sedentário, carnívoro que apresenta um comportamento territorial.
Fonte: Mercury in the Tapajos Basin. edited by Roberto C. Villas Bôas, Christian Beinhoff, Alberto Rogério da Silva, 2001
Tambaqui
Nome popular: Tambaqui
Nome científico: Colossoma macropomum
Distribuição Geográfica: Ocorre nos rios da Amazônia e no Rio Orinoco mas foi introduzida na América Central e países como Hawaii, Taiwan, Indonésia e China.
Características: O tambaqui é grande, ele mede mais de 90 cm e pesa 30 kg. Ele pode viver até 70 anos e tem uma cor escura e um formato oval. A migração da espécie acontece no final das temporadas de chuva quando os peixes mais maduros nadam rio acima para desovar. Na bacia do Rio Amazonas, o tambaqui é extremamente procurado por pescarias de subsistência. A espécie contribui também economicamente para a colheita de peixes e são mantidos em instalações aquícolas.
Curiosidade: Você sabia que o tambaqui (Colossoma macropomum) é conhecido por sua dentição? O peixe tem dentes extremamente incisivos que são capazes de amassar frutas duras.
Fontes:
The Inland Fishes of Mississippi. By Stephen T. Ross, 2001
The Fishes and the Forest: Explorations in Amazonian Natural History. By Michael Goulding, 1983
Tropical Ecology. By John Kricher, 2001
Migration of Freshwater Fishes. By Martyn Lucas, Etienne Baras, 2008