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Conservar a natureza é fundamental para barrar o avanço das mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, acreditamos ser impossível cuidar do meio ambiente sem colocar as pessoas no centro das decisões: afinal, a emergência climática não é apenas um problema ambiental a ser abordado, mas também um desafio social, com aspectos éticos e de direitos humanos.
A crise climática que atravessamos hoje afeta de forma mais direta e intensa grupos que, historicamente, já são marginalizados no Brasil, como é o caso das populações negras, periféricas urbanas, tradicionais, ribeirinhas e os povos indígenas. Apesar disso, essas populações ainda se encontram apartadas dos círculos de poder e geralmente não são ouvidas nos processos de tomada de decisão por parte da sociedade, de organizações e do poder público.
É preciso inverter essa lógica: não basta trazer respostas prontas, pensadas e desenvolvidas a partir de um olhar técnico e externo. Todos os cidadãos devem participar das decisões, em especial aqueles que se encontram nos territórios e que sabem, a partir de suas vivências, cultura e do conhecimento tradicional, quais são as prioridades de cada local. Por isso, trabalhamos para que essas vozes tenham centralidade na construção de soluções e decisões.
Além de atuar para o fortalecimento das pessoas ativistas e movimentos socioambientais, trabalhamos para aumentar a representação das juventudes, mulheres e populações vulnerabilizadas nos mais variados espaços. Um dos resultados desse movimento é o esforço constante pela representação das comunidades e das vozes de diferentes territórios brasileiros dentro da nossa estrutura organizacional, nos trabalhos que realizamos e nos projetos que apoiamos.
Assim, somos viabilizadores de necessidades percebidas da sociedade da qual fazemos parte: trabalhamos como conectores de uma articulação necessária, transformando nossa contribuição institucional em um indutor positivo para a mudança.
Hora do Planeta
No Brasil, a Hora do Planeta tem se tornado também um momento para a criação de conexões e o fortalecimento de vozes dos territórios. Em 2023, foram mais de 890 ações cadastradas durante a campanha no país, entre elas centenas de atividades de grupos escoteiros nas cinco regiões do país e ações voltadas para a avaliação da pegada ecológica, o consumo de água e energia e mutirões de coleta de recicláveis.
Vozes pela ação climática (VAC)
No Brasil, atuamos para fortalecer as representações e organizações de movimentos locais da Amazônia, em especial mulheres e jovens de comunidades como os povos ribeirinhos, quilombolas e indígenas. O empoderamento dessas vozes contribui para que as comunidades tenham mais força na proteção de seus territórios, além de fortalecer a economia da cadeia de produtos da sociobiodiversidade --promovendo, assim, o desenvolvimento inclusivo, sustentável e justo junto à conservação.
Fortalecimento do espaço democrático
Nesse processo, fortalecemos os encontros e as trocas entre instituições e grupos de ativistas para que haja um intercâmbio de pautas, estratégias, metodologias e tecnologias, contribuindo assim para um empoderamento ainda maior desses atores e, portanto, para a continuidade dos seus trabalhos.
Um exemplo é a participação coletiva que fortalece a Semana Chico Mendes como espaço simbólico e estratégico dos movimentos de juventude, arte, cultura e educação, além dos socioambientais, em defesa dos Povos da Amazônia.
Conhecimento Cidadão
Por meio de editais e chamadas públicas para a oferta de bolsas ativistas e bolsas de pesquisa cidadã, oferecemos apoio continuado para garantir a subsistência, a continuidade e a estabilidade da atuação ativista e/ou de pesquisa de pessoas conectadas principalmente à Amazônia e ao Cerrado, em especial jovens, mulheres e populações negras.
Restaura Natureza
Voltada a estudantes de escolas públicas e privadas de todo o Brasil, a iniciativa reconhece a importância da comunidade escolar como ponto de partida para a formação de uma nova consciência, com hábitos sustentáveis de vida.
Ao longo da olimpíada, os estudantes participantes, professores e comunidades escolares entram em contato com diversas formas de restaurar e são incentivados a criar e experimentar possibilidades na prática.