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O Brasil é um dos países mais ricos em espécies do mundo: com mais de 120 mil tipos de invertebrados e 9 mil espécies de vertebrados, abrigamos cerca de 20% da biodiversidade do planeta. A fauna brasileira, no entanto, está sob ameaça constante devido ao avanço do desmatamento e a perda de habitats que atinge todos os nossos biomas.
Os animais são parte essencial da cadeia que mantém os ecossistemas funcionando. Se forem extintos ou se tornarem raros, todo o equilíbrio da natureza fica comprometido --é fundamental, portanto, trabalhar pela proteção e conservação das espécies. Frente ao tamanho da biodiversidade brasileira, atuamos prioritariamente em projetos de conservação relacionados a três categorias de animais no país: a onça-pintada, os botos amazônicos e os corais.
Somos também executores do Projeto Pró-Espécies, que visa adotar ações de prevenção, conservação, manejo e gestão para minimizar as ameaças e o risco de extinção de espécies em pelo menos 12 áreas-chave do território brasileiro, que cobrem hoje uma área de 62 milhões de hectares em todo o país.
Onça-Pintada
Em áreas onde a criação de gado ou a proximidade da ocupação humana tem provocado a caça por retaliação, seja por ataques das onças aos bovinos ou a animais domésticos, desenvolvemos o diagnóstico de zonas de conflito e atuamos com a promoção de técnicas de coexistência pacífica. Para dar suporte a esse trabalho, desenvolvemos cartilhas e guias que reúnem uma série de conhecimentos para promover a convivência com as onças-pintadas.
Além disso, com a ajuda de “armadilhas fotográficas”, monitoramos a presença desse animal em regiões como o sul do Amazonas e a Serra do Mar. Também trabalhamos no desenvolvimento de planos de ação para a sua conservação, apoiamos pesquisas científicas e promovemos ações educativas sobre a espécie na Amazônia, no Pantanal e na Mata Atlântica.
Botos de água doce
Em meio a esse cenário, atuamos para a preservação dos botos em diferentes frentes, que vão desde a realização de estudos populacionais dessa espécie até o dimensionamento dos impactos das hidrelétricas sobre o livre fluxo dos rios e suas consequências para as populações de golfinhos. Além disso, fazemos parte de diversas alianças e estratégias internacionais que trabalham para promover, de forma coordenada, a conservação dos botos e de seus habitats.
Corais
Atuamos em ações de conservação e restauração de corais em diferentes localidades do país, como a região do litoral de Pernambuco e Alagoas, a região de Abrolhos, no litoral da Bahia, e a região de Fernando de Noronha e Atol das Rocas, onde realizamos o mapeamento de recifes mesofóticos.
Junto a diferentes parceiros, fazemos parte do Projeto Coralizar, que cria modelos que possibilitam a recuperação dos ambientes recifais a partir do envolvimento direto das comunidades locais na costa do estado de Pernambuco. Criado em 2019, o projeto já implementou dezenas de berçários de corais na cidade de Porto de Galinhas e iniciou a expansão para o município de Tamandaré.
Pró-Espécies
Relatório Planeta Vivo
Além de destacar a dura realidade do estado da natureza atualmente, o documento alerta governos, empresas e o público geral sobre a urgência da tomada de ações transformadoras para que se possa reverter a destruição da biodiversidade e garantir um futuro positivo, equitativo e sustentável para todos os seres vivos do planeta.
Produção Científica
Incidência Política
O tráfico de fauna silvestre ameaça seriamente a biodiversidade brasileira e está geralmente inserido em cadeias complexas de violência, corrupção e criminalidade. Junto à Freeland Brasil, fizemos em 2021 um levantamento que analisa os mecanismos de fiscalização de tráfico de animais e que traz uma série de recomendações para fortalecer o combate a esse crime.
No âmbito da incidência política, atuamos ainda contra a caça: em 2022, um levantamento feito pelo Instituto Datafolha a pedido do WWF-Brasil mostrou que 9 em cada 10 brasileiros são contra liberar esse tipo de atividade no Brasil.