A perereca-de-Alcatrazes (Scinax alcatraz) é nativa da Ilha de Alcatrazes, no litoral do estado de São Paulo. As fêmeas são maiores e mais pesadas que os machos, medem 28 mm e chegam a pesar  1,9 gramas. Os machos medem 23 mm e pesam, em média, 0,9 gramas.

A perereca-de-Alcatrazes pertence a um grupo de espécies que se reproduzem exclusivamente em bromélias. Aparentemente é a fêmea quem escolhe o macho para o acasalamento, que ocorre entre outubro e abril. O casal segue para a parte central da bromélia, onde são depositados os ovos. É na água acumulada na planta que os girinos crescem.

A espécie necessita manter a pele úmida, apesar de jamais beber água. Por isso vivem na parte mais úmida da bromélia. Parte da respiração da perereca é feita através da pele. Se os poros do animal sofrerem ressecamento, a perereca pode morrer sufocada.


Ameaças e estratégias de conservação

A inofensiva perereca-de-Alcatrazes está ameaçada de extinção. A espécie vive somente na ilha de Alcatrazes, que ainda não tem políticas de proteção definidas. As ilhotas e parcéis do arquipélago de Alcatrazes pertencem à Estação Ecológica de Tupinambás, sob administração do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, mas a proteção integral da ilha nessa ou em outra unidade de conservação é essencial para garantir a proteção da espécie.

A recuperação de parte da vegetação da ilha, comprometida por incêndios recentes, e a realização de maiores estudos para aumentar o conhecimento sobre a biologia, ecologia e variabilidade genética da espécie também são estratégias importantes.

Perereca-de-Alcatrazes (Scinax alcatraz), nativa da Ilha de Alcatrazes, no litoral do estado de São ... 
© Norberto Hulle
Perereca-de-Alcatrazes (Scinax alcatraz), nativa da Ilha de Alcatrazes, no litoral do estado de São Paulo.
© Norberto Hulle

A perereca-de-Alcatrazes é vista somente na Ilha de Alcatrazes, em São Paulo. Inofensiva, ela procura a parte mais úmida das bromélias para viver.

Como salvar a espécie?

A perereca-de-Alcatrazes faz parte de uma extensa lista de anfíbios e outros animais ameaçados de extinção na Mata Atlântica. A criação e consolidação de áreas protegidas pode ser determinante para evitar a perda dessas espécies.

Como parte da campanha "Cuidar da natureza é cuidar da vida", o WWF-Brasil apresenta uma lista que inclui possíveis unidades de conservação a serem criadas na Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica e Cerrado, com o principal objetivo de garantir a proteção e uso sustentável de uma parcela significativa da natureza brasileira.

Além disso, a lista é uma proposta para o governo brasileiro alcançar, ainda em 2010, as metas de cobertura natural protegida por unidades de conservação estabelecidas pela Convenção sobre Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas (CDB).

Saiba mais sobre a campanha do WWF-Brasil em http://www.wwf.org.br/cuidardanatureza

Anfíbios na Mata Atlântica

Os olhos grandes e as pupilas verticais da perereca-de-Alcatrazes (Scinax alcatraz) aumentam a capacidade de visão durante a noite.
© Perereca-de-Alcatrazes (Scinax alcatraz), nativa da Ilha de Alcatrazes, no litoral do estado de São Paulo. © Norberto Hulle

A região do litoral do estado de São Paulo apresenta uma das maiores riquezas de anfíbios da Mata Atlântica, o que, dentre outros aspectos, faz dessa região um dos remanescentes mais importantes desse bioma.

O WWF-Brasil apoia a criação de uma unidade de conservação no município de Bertioga. A unidade de conservação que se pretende criar, com 8.025 hectares, faz conexão com o Parque Estadual da Serra do Mar e abriga rica diversidade de ambientes – dunas, praias, rios, florestas, mangues e uma variada vegetação de restinga – nos quais vivem animais raros e ameaçados de extinção.

Saiba mais sobre a proposta de criação de uma unidade de conservação em Bertioga.

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