Até pode ser encontrado em algumas regiões do Pantanal, mas os cerrados do Centro-Oeste são a principal morada do simpático papagaio-galego. Nessas regiões, se alimenta de frutos, flores e coquinhos silvestres, ajudando em sua dispersão. 

A espécie Alipiopsitta xanthops também recebe nomes comuns como papagaio-curraleiro, papagaio-de-barriga amarela e papagaio-goiaba. Seus ninhos ocupam ocos e buracos de árvores nativas, de palmeiras e até de cupinzeiros. O casal cuida dos até quatro filhotes, que nascem sem penagem e cegos.

Bancos com até 10 aves podem ser avistados em sua área de distribuição, do Piauí à Bahia, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso até o oeste de São Paulo.

Apesar da ampla ocorrência, corre risco de desaparecer segundo a lista brasileira de aves ameaçadas de extinção. Captura para tráfico, comércio ilegal e desmatamento do Cerrado são as principais ameaças a sua sobrevivência.

Por Paulo de Tarso Zuquim Antas, da PTZA Meio Ambiente, biólogo e doutor em Ecologia pela Universidade de Brasília

Espécie exclusiva dos cerrados do centro-oeste brasileiro, também é encontrada no interior da planície pantaneira. Seus gritos são mais parecidos com os de uma maitaca (maritaca) do que com os de um papagaio. Muito sociável, vive em grupos a maior parte do ano.

No período reprodutivo, o casal afasta-se do bando e procura um oco, geralmente em um cerradão, para reproduzir. Os filhotes saem do ninho com uma plumagem onde domina o verde, mais claro na barriga, garganta e peito. As penas são bordejadas de negro, produzindo um efeito de escamação. Ao redor dos olhos, há uma pequena área nua branca. O bico é claro, com o vértice escuro.

Entre os adultos, há exemplares com essa mesma plumagem, somente com algumas penas vermelhas na barriga. No entanto, existem adultos em que as partes inferiores, a cara e o alto da cabeça são completamente amarelas, com a barriga completamente vermelha entre as pernas. Essa plumagem é bastante freqüente no Pantanal. No entanto, variações são notadas em todo o Cerrado.

Há uma forte discussão entre especialistas sobre essas variações de cores. Alguns consideram como variações individuais, outros ligadas ao sexo (os machos seriam mais coloridos) e há, ainda, a opinião de que seja algo vinculado à idade (a cada muda, a área de amarelo aumentaria).

Exemplares cativos permanecem com as mesmas cores ao longo do tempo, sugerindo padrão ligado a sexo ou individualidade. A última hipótese é a mais provável.

O papagaio-galego também é chamado de papagaio-curraleiro e papagaio-goiaba. Se alimenta de sementes e frutos, tendo uma grande atração por mangas maduras. Chega a ficar usando uma mangueira por semanas, até terminar a frutificação.

Já foi registrado nos parques nacionais Grande Sertão-Veredas (MG/BA), de Brasília (DF), do Araguaia (TO), da Chapada dos Veadeiros e das Emas (GO), das Nascentes do Rio Parnaíba (PI) e da Chapada dos Guimarães (MT). Também nas estações ecológicas Serra das Araras (MT) e Serra Geral do Tocantins (TO) e nos parques estaduais do Araguaia (MT), Serra de Sonora e Nascentes do Rio Taquari (MS), Cantão, Lajeado e Jalapão (TO), Araguaia, Caldas Novas, Serra de Jaraguá, Terra Ronca e Pireneus (GO), além das RPPNs Serra do Roncador (GO) e SESC-Pantanal (MT).

Mapa de distribuição da espécie - Papagaio-galego

© WWF-Brasil

BD Conservação Internacional
BD ICMBio
Contribuições de Adriani Hass, Paulo T. Z. Antas, Luis F. Silveira, Fabio Olmos, Fernando Pacheco, Gustavo Malacco, Renato T. Pinheiro, Edson Ribeiro Luiz e José Carlos Motta Jr.

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