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Pantanal: maior área úmida do planeta
Áreas úmidas são ecossistemas de altíssima relevância ecológica fundamentais para a manutenção dos estoques de água do mundo, o equilíbrio climático e provedoras de serviços ambientais indispensáveis para a produção de alimentos e a sociedade em geral.São consideradas áreas úmidas toda a extensão de pântanos, charcos e turfas, várzeas, rios, pantanais, estuários, manguezais e até os recifes de coral. A maior planície alagável do planeta, partilhada por três países – Brasil, Paraguai e Bolívia – é o Pantanal.
Convenção Ramsar
O conceito de área úmida, bem como a data dedicada a este ambiente natural (02 de fevereiro), surgiu durante a Convenção de Ramsar, em 1971, no Irã, quando diversas nações se comprometeram na conservação e no uso sustentável dessas regiões. Atualmente são 168 países signatários do tratado.A convenção também considerou as áreas úmidas de importância mundial como sendo Sítios Ramsar. Existem 1.556 sítios Ramsar no mundo e o Brasil é detentor de doze sítios Ramsar reconhecidos por suas características, biodiversidade e importância estratégica para as populações locais. Veja onde estão os Sítios Ramsar no Brasil: http://www.ramsar.org/wetland/brazil
Tipos de áreas úmidas
Impactos e soluções sustentáveis
Cientistas estimam que as áreas úmidas ocupem cerca 20% do território nacional, sendo que 64% dessas áreas já despareceram para os mais diversos fins. Os elevados índices de desmatamento, erosões e sedimentação por manejo inadequado de terras para agropecuária e do crescimento urbano e populacional associado a obras de infraestrutura estão entre as principais ameaças dessas regiões no país.No Pantanal, a pecuária tornou-se a atividade econômica mais significativa e se estende do planalto das bordas da bacia até a planície alagável. Nas últimas décadas, aumentou, também, as más práticas agrícolas e a pressão pela instalação de projetos de desenvolvimento com sérios impactos ao meio ambiente, entre eles, a instalação de hidrelétricas nas cabeceiras dos rios, a construção de hidrovia no rio Paraguai, a produção de carvão ameaçando a cobertura vegetal da região. Diante disso, não há que se contestar o importante papel desempenhado pelas unidades de conservação.
Veja também:
Pantanal
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Bacia do Alto Paraguai Cobertura Vegetal
Convenção de Ramsar tenta proteger o elemento
essencial da vida na Terra
Expedição desvenda área úmida na Amazônia
Cerrado Pantanal Trinational Programme
Vídeo: WWF-Brasil: Programa Cerrado Pantanal
Principais impactos
Para proteger as áreas úmidas e garantir a integridade do Pantanalo WWF-Brasil incentiva iniciativas de manejo e conservação e desenvolvimento de alternativas ao modelo econômico dominante na região, por meio da adoção de práticas produtivas sustentáveis. A organização apoia a certificação de 120 mil hectares com pecuária sustentável no Mato Grosso do Sul, produzida com critérios de responsabilidade socioambiental. Além de estimular a melhoria da gestão e o aumento da proteção em unidades de conservação, criação de sítios Ramsar, o planejamento sistemático do território e o desenvolvimento de hábitos responsáveis de consumo.
A organização também faz parte de uma aliança com os setores público, privado e organizações da sociedade civil para implantação do Pacto em defesa das Cabeceiras do Pantanal.
Pode parecer pouco, tendo em vista o tamanho do desafio, mas é um primeiro passo para a construção e o fortalecimento de políticas públicas efetivas e que possa marcar o início de esforços conjuntos da sociedade, iniciativa privada e do poder público para a manutenção desse importante ecossistema.
Defensores das águas
Manuel Barbosa tem 67 anos e é um pequeno produtor rural de Tangará da Serra, no Mato Grosso
De seu pai herdou a terra e o amor pela natureza. Em sua pequena propriedade cultiva verduras e frutas e também cria vacas leiteiras, tudo para o consumo da família. Mas seu grande trabalho na propriedade, assegura ele, é contribuir com o Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal para conservar o córrego do Queima-pé, responsável pelo abastecimento de sua cidade Tangará da Serra (mais de 90 mil habitantes), em Mato Grosso. Em 2015, o Pacto e seus parceiros, entre eles o WWF-Brasil, promoveram a adequação de estradas rurais, a realização de curvas de nível e o reflorestamento da mata ciliar na área da nascente do Queima-pé.
José Santana Faria tem 65 anos e é Pescador de Cáceres, no Mato Grosso
Participa de um grupo, na colônia de pescadores da qual pertence, de educação ambiental, conscientizando crianças, jovens e adultos quanto à importância de termos rios vivos e saudáveis. “Eu sempre fui pescador. Percebo que aumentou o desenvolvimento das cidades, mas a proteção dos rios não aumentou na mesma intensidade. Antigamente nós pescadores não levávamos água para quando saíamos para pescar. Hoje a gente não tem coragem de beber a água do rio. É uma pena que a sociedade não se dê conta disso. Como mudar? A única forma de buscarmos uma transformação é por meio da educação ambiental que deve começar cedo, com as crianças. Aqui na colônia nós fazemos isso, mas é preciso que todos os grupos da sociedade também façam o mesmo com urgência. Se eu soubesse o que sei hoje desde pequeno com certeza teria feito já muita coisa diferente. Temos que educar a cidade, os políticos e as indústrias para que percebam a importância de um rio vivo, saudável”.
Helen Leite tem 29 anos e é Coordenadora de Sustentabilidade do Frigorífico da Marfrig em Tangará da Serra, no Mato Grosso
A Marfrig foi a primeira empresa privada a assinar o Pacto e desde 2012 vem trabalhando para recuperar o córrego e a Bacia do Queima-pé . Aposta na sustentabilidade para garantir a sua produção.
“Somos a empresa que mais precisa do córrego Queima-pé aqui na cidade. Nós apoiamos o Pacto e já colhemos resultados como a recuperação de estradas rurais, realização de curvas de nível e reflorestamento na área da nascente do córrego”.
Dariu Carniel, 48 anos é Presidente do Consórcio Nascentes do Pantanal, em São José dos Quatro Marcos, no Mato Grosso
Desde 2012 quando o WWF-Brasil idealizou o Pacto, ele esteve presente nas discussões e foi a ponte entre os objetivos de conservação das águas das Cabeceiras do Pantanal e o setor público. Ele levou até 14 prefeitos informações sobre o Pacto e ajudou na mobilização que culminou em 2015 na assinatura do compromisso formal. Seu lema sempre foi proteger as águas para garantir o desenvolvimento sustentável da região das Cabeceiras. “É preciso entender que sem sustentabilidade não vai haver futuro. Os meios de vida sustentáveis não são mais os meios de vida do futuro, mas os do presente. O Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal é muito valioso por isso, porque é uma peça que garante a vida sustentável. Ele se encaixa perfeitamente dentro da proposta de desenvolvimento sustentável que move os municípios da região. Água em quantidade e qualidade é um trunfo para o desenvolvimento. Sem ela não há desenvolvimento nem econômico nem social.