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PARCERIA CONTRA QUEIMADAS
WWF-Brasil doa 696 peças de combate ao fogo e equipamentos de proteção individual para a Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (SEMA-AC) reforçar ações de conservação em 9 UCs
16 de junho de 2020
Depois de ter passado um longo tempo praticamente despercebido no noticiário sobre a destruição da Floresta Amazônica, o Acre chamou a atenção em 2019. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), houve 6.802 focos de queimadas no estado durante o ano passado - aumento de 2,6% na comparação com 2018. Já o desmatamento saltou expressivos 55% entre agosto de 2018 e julho de 2019, indo de 444 km2 para 688 km2.
Embora o Acre ainda mantenha 87% de sua cobertura florestal nativa, a pressão é crescente. Por isso, no dia 8 de junho, o WWF-Brasil doou para a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) 696 peças de combate ao fogo – como abafadores, sopradores, bombas-costais, motobombas e caixas d’água – e equipamentos de proteção individual (EPIs) – como máscaras, botas e óculos.
Foram gastos R$ 294 mil na aquisição desses materiais, que vão permitir a formação de brigadas anti-incêndio nas nove Unidades de Conservação (UCs) estaduais: as áreas de Proteção Ambiental Lago do Amapá e Igarapé São Francisco; as florestas do Antimary, do Rio Gregório, do Mogno, do Liberdade e do Afluente; o Parque Estadual do Chandless e a Área de Relevante Interesse Ecológico Japiim Pentecoste.
A mais ameaçada delas é a Floresta Estadual do Antimary. Uma das UCs mais ricas em espécies vegetais no Acre, é alvo frequente de grilagem e de invasões para retirada de madeira. Além disso, está localizada nos municípios de Bujari e Sena Madureira, que registraram, juntos, 1.115 focos de queimadas em 2019. Sena Madureira ocupou a segunda posição no ranking geral de fogo no estado.
“É uma parceria muito significativa. O WWF é uma instituição que há muito tempo vem nos acompanhando em todas as ações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, tanto no Vale do Juruá quanto no Vale do Acre”, salienta Israel Milani, titular da pasta.
Moradores das UCs beneficiadas serão capacitados para operar os equipamentos de combate ao fogo. Desta forma, afirma Milani, o governo se antecipará às queimadas que podem ocorrer no interior e no entorno das Unidades de Conservação. Por serem vizinhas a projetos de assentamento ou propriedades particulares, essas áreas estão vulneráveis principalmente em suas bordas.
“É uma parceria muito significativa. O WWF é uma instituição que há muito tempo vem nos acompanhando em todas as ações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, tanto no Vale do Juruá quanto no Vale do Acre”, salienta Israel Milani, titular da pasta.
Na Amazônia, é comum agricultores utilizarem fogo para limpeza de roçados ou pastagens. Mas, nos meses de seca e de temperatura elevada, essa prática se torna ainda mais arriscada porque as chamas podem sair do controle e atingir a floresta mais facilmente.
O secretário pontua que grande parte das queimadas no Acre ocorre em áreas de cerca de um hectare, o que indicaria o uso do fogo por pequenos produtores. “Fazemos esse diagnóstico e passamos para a Secretaria de Produção, para que haja melhoramento nas pastagens e nos roçados e possamos garantir a segurança alimentar do pequeno produtor, das comunidades tradicionais, dos povos indígenas e diminuir a pressão do desmatamento”, diz Milani.
Segundo o INPE, de 1º de janeiro a 10 de junho deste ano, o Acre teve 63 focos de queimadas. Oito foram registrados em áreas naturais protegidas, sendo seis na Reserva Extrativista Chico Mendes - unidade federal que está entre as mais impactadas por desmatamento e queimadas do país e onde o WWF-Brasil também firmou parcerias recentes para combate ao fogo. Nos cinco primeiros meses de 2020, o Acre perdeu 27 km2 de floresta.