Brasil lança projeto para proteger espécies ameaçadas de extinção
maio, 22 2018
WWF-Brasil é a agência executora do Projeto Pró-Espécies, coordenado pelo MMA e implementado pelo Funbio
Iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) vai alocar cerca de 13 milhões de dólares para minimizar impactos sobre a biodiversidade. A Estratégia Nacional para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (Projeto GEF-Pró-Espécies), lançada nesta terça-feira (22/05), Dia Internacional da Biodiversidade, busca reduzir as ameaças e fortalecer o estado de conservação das espécies. Com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), o projeto vai atuar em, pelo menos, 12 áreas-chave, de 13 estados (MA, BA, PA, AM, TO, GO, SC, PR, RS, MG, SP, RJ e ES), totalizando 9 milhões de hectares. A expectativa é que, até 2022, sejam tomadas medidas para proteção de todas as espécies ameaçadas do País.
“Esse projeto é fundamental para que o Brasil cumpra as metas internacionais de conservação de espécies”, afirma o ministro substituto do Meio Ambiente, Edson Duarte. Entre elas, as Metas de Aichi, contidas no Plano Estratégico de Biodiversidade para o período de 2011 a 2020, proposto pelos países signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).
O GEF-Pró-Espécies é coordenado pelo Departamento de Conservação e Manejo de Espécies do MMA, implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), tendo como agência executora o WWF-Brasil. Terá como parceiros o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Órgãos Estaduais de Meio Ambiente.
“É uma iniciativa inovadora: ao priorizar as 290 espécies mais criticamente ameaçadas que não contam com planos de ação nem ocorrem em áreas protegidas, o projeto beneficiará também centenas de outras espécies, num efeito cascata. E poderá contribuir para o fluxo genético de grupos isolados em ilhas de vegetação nativa entre áreas protegidas e privadas”, diz Rosa Lemos de Sá, secretária-geral do Funbio.
DURAÇÃO
Com duração prevista de quatro anos, o GEF Pró-Espécies vai atuar na prevenção, conservação, manejo e gestão para minimizar as ameaças e o risco de extinção de espécies, integrando União, estados e municípios na implementação de políticas públicas. Para o ministro, a principal estratégia do GEF-Pró-Espécies está na integração de esforços dos governos federal e estaduais, da sociedade civil e das comunidades locais. “Essa mensagem é reforçada pelo slogan Todos contra a Extinção”, completa.
Maurício Voivodic, diretor-executivo do WWF-Brasil, também destaca a importância dessa atuação conjunta em ações de conservação e de mobilização da sociedade para a proteção de espécies. “A perda de espécies é um grave problema em todo o mundo e está associado à redução das áreas naturais, entre outros fatores. O Projeto Pró-Espécies é de extrema importância para enfrentar esse problema no Brasil. A atuação conjunta entre governos e sociedade civil vai possibilitar não apenas uma maior compreensão sobre como a perda da diversidade biológica coloca em risco a sociedade, mas efetivamente proteger as espécies ameaçadas de extinção”, explica.
O projeto tem quatro componentes de atuação: Integração de conservação de espécies ameaçadas em Políticas Setoriais; Controle e prevenção da caça, pesca e extração vegetal ilegal e tráfico ilegal de espécies silvestres; Prevenção e detecção precoce de espécies exóticas invasoras e resposta rápida e Coordenação, monitoramento e comunicação.
MEGADIVERSIDADE
O Brasil é o país mais megadiverso do mundo, com mais de 163 mil espécies conhecidas. Dessas, 3.286 são consideradas ameaçadas e 290, que estão em situação mais crítica, não contam com iniciativas de conservação.
Dentre as ameaças à biodiversidade e principais causas de extinção estão a degradação e fragmentação de ambientes naturais, extração ilegal, expansão urbana, ampliação da malha viária, incêndios florestais, formação de lagos para hidrelétricas e mineração.
Nos ecossistemas costeiros e marinhos os riscos vêm de atividades humanas que levam à redução da cobertura de mangues, algas marinhas e recifes de corais, além da sobre-exploração pesqueira. Já o aumento de espécies exóticas altera os ciclos ecológicos e podem levar espécies nativas à extinção.