Brasil recebe pela primeira vez Comissão Baleeira Internacional (CBI)

setembro, 03 2018

Realizada em Florianópolis (SC), 67ª edição do evento reúne representantes de 87 países
Por Taís Meireles

Começa amanhã, em Florianópolis (SC), a 67° reunião anual da Comissão Internacional Baleeira (CIB), uma organização mundial encarregada pela conservação das baleias e outros mamíferos marinhos.

Ao todo, participam da CIB 87 governos membros de países de todo o mundo. Essa é a primeira vez que o Brasil sedia o encontro da Comissão, criada em 1946. O evento vai até 14 de setembro.

Proibição da caça à baleias

Desde 1986, uma moratória internacional da CIB proíbe a caça comercial das baleias em todo o mundo. Apesar da proibição, Noruega e Islândia receberam isenções e são atualmente o único país que pratica a pesca comercial do animal.

O Japão, por sua vez, permite a caça para "fins científicos". Para evitar caça comercial com roupagem de pesquisa, em 2014, foi determinado que o Japão não poderia mais pescar o animal nem para esses fins.

No entanto, o Japão emitiu a si próprio uma nova licença para matar baleias-anãs na Antártida todos anos, até 2027. Só neste ano, o país já foi responsável pela morte de 333 baleias-anãs, sendo 122 fêmeas grávidas.

A cada ano o Japão busca aprovar a volta da permissão à caça das baleias no mundo, já tendo sido inclusive acusado de tentar comprar votos de outros países menores da CIB.

Outras espécies também ameaçadas

Além da proteção das baleias contra a caça, a Comissão Baleeira Internacional também trabalha em ameaças não-baleeiras aos cetáceos, como emaranhamento em redes de pesca, detritos marinhos e mudanças climáticas.

Espécies como a Vaquita e a Toninha, golfinhos ameaçados na região do México e do Brasil, são alguns exemplos de animais que a CIB também tenta conservar.

Posicionamento WWF

Em todo o mundo, a rede WWF trabalha em prol da conservação dos oceanos. Nosso objetivo é garantir que todas as espécies de cetáceos possam ocupar seus habitats históricos e cumprir seu papel na manutenção do ecossistema marinho.

Trabalhamos tanto localmente quanto internacionalmente para reduzir as ameaças aos cetáceos. O WWF se opõe à caça comercial agora e até que os governos mundiais se responsabilizem pelo controle da caça às baleias, com precaução e um sistema executável de gerenciamento e conformidade aderido pelas nações baleeiras.

Saiba mais sobre o posicionamento do WWF sobre o tema no documento ao lado (em inglês)

Saiba mais sobre a programação deste ano da CIB aqui
Baleia-azul, uma das mais ameaçadas do mundo, é também o maior mamífero da Terra (até 33 metros)
© naturepl.com / Franco Banfi / WWF
DOE AGORA
DOE AGORA