Dia da Mata Atlântica: saiba mais sobre o bioma onde 72% da população brasileira vive

maio, 27 2020

O bioma com maior biodiversidade é também o mais degradado do Brasil
O bioma com maior biodiversidade é também o mais degradado do Brasil

Por Douglas Santos

Ela compreende por 15% do território brasileiro e está distribuída em 17 Estados (Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe) e se estende por parte da Argentina e Paraguai. Grande parte da sua distribuição geográfica é pela costa do oceano Atlântico, daí o seu nome.

Apesar da grande importância econômica e ecológica, é o bioma mais degradado do Brasil, restam apenas 12,4% (Atlas da Mata Atlântica 2019, elaborado pela SOS Mata Atlântica em parceria com o Inpe) de floresta, sendo que a maior parte dele é fragmentado e desconectado. Segundo o Atlas da Mata Atlântica lançado hoje (27 de maio), o desmatamento no bioma aumentou 27,2% nos anos de 2018/2019 com 14.502 hectares de floresta devastados, o equivalente a 14mil campos de futebol. Esta é a maior área desmatada no bioma desde 2016.

Atualmente, existem apenas dois grandes contínuos de vegetação nativa que estão localizados na Serra do Mar entre o Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro e o Alto Paraná, na região de Foz do Iguaçu na fronteira com a Argentina e Paraguai.

Essa fragmentação ameaça espécies importantes da biodiversidade brasileira como a onça-pintada. Estima-se que restam apenas 300 em todo o bioma. Caso a degradação prossiga, a mata atlântica pode se tornar o primeiro bioma do mundo a perder seu animal topo de cadeia, acarretando em severos prejuízos à biodiversidade.

Flexibilização das leis de proteção
Durante a pandemia causada pelo novo coronavírus no Brasil, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, tem afrouxado as leis de proteção da Mata Atlântica e anistiado donos de terra que destruíram áreas sensíveis. O Despacho 4410/2020 altera a interpretação da Lei da Mata Atlântica e do Código Florestal, permitindo que proprietários rurais não recuperem Áreas de Proteção Permanente desmatadas e ocupadas até julho de 2008, como margens de rios e topos de morro por exemplo.

Como atuamos
O WWF-Brasil desenvolve projetos de restauração e conservação da Mata Atlântica ajudando na conectividade entre os fragmentos, conservação de espécies e na promoção de paisagens mais resilientes para as pessoas, setores produtivos e para a biodiversidade.

Entre os projetos que desenvolvemos está o Raízes do Mogi Guaçu, que está restaurando as nascentes do rio Mogi Guaçu. Também o fortalecimento de RPPNs (Reservas Privadas do Patrimônio Natural), conservação de onças-pintadas com parceria com o Projeto Onças do Iguaçu, Instituto Manacá e Instituto Curicaca. O WWF-Brasil também faz parte do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, que tem como objetivo principal restaurar 15 milhões de hectares até 2050.

Saiba mais sobre a Mata Atlântica
- Live “Dia da Mata Atlântica: e o amanhã?”: hoje (27/5), às 15h

- Bate-papo "Mata Atlântica: Por que a Boiada Não Pode Passar", sexta-feira, às 13h, no Facebook do WWF-Brasil

"Tom da Mata" 
O podcast Tom da Mata é uma realização do WWF-Brasil em parceria com o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica e fala sobre os desafios de restaurar o bioma; ouça!

"Barulho da Onça"
Ouça o podcast focado na conservação do maior felino das Américas na Mata Atlântica.

FICHA TÉCNICA
Bioma: Mata Atlântica
Tamanho: 1,3 milhão de quilômetros quadrados (apenas no Brasil)
Total desmatado: 87,6%*
Localização: América do Sul (Brasil, Argentina e Paraguai)  
Total de espécies flora: 20 mil espécies
Total de espécies fauna: ao menos 2.040 espécies diferentes
Principais ameaças: Desmatamento, fragmentação de áreas, expansão urbana desordenada e exploração predatória de recursos naturais. 

*Atlas da Mata Atlântica 2019, por Fundação SOS Mata Atlântica e Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
Área de Mata Atlântica em São Paulo
© Adriano Gambarini / WWF Brasil
Área de Mata Atlântica em São Paulo
© Adriano Gambarini / WWF Brasil
No Rio de Janeiro, apoiamos projetos de educação ambiental da Associação Mico Leão Dourado com formação de mais de 40 professores e multiplicadores nos municípios do entorno de ocorrência da espécie do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), área de atuação dos primeiros projetos de conservação da rede WWF no Brasil.
© Edwin Giesbers_WWF
Saíra sete-cores
© Adriano Gambarini
Cataratas do Iguaçu
© ICMBIO/Parque Nacional do Iguaçu
Tilha do Carmo no Parque Estadual Intervales, São Paulo.
No bioma Mata Atlântica, até junho de 2010, foram criadas quatro novas unidades de conservação e uma já existente teve sua extensão ampliada, ao todo 65 mil hectares.
© © WWF-Brazil / Adriano Gambarini
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