A COP 30 no Brasil 


Em 2025, a 30ª edição da COP do Clima será realizada pela primeira vez no Brasil em Belém do Pará, na Amazônia brasileira. O encontro simboliza um marco importante ao marcar os dez anos do Acordo de Paris, além de celebrar os 33 anos da ECO 92, que também ocorreu no país e estabeleceu a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima
 
Como anfitrião da COP30, o Brasil tem o desafio mobilizar compromissos conjuntos e ações concretas à altura da urgência imposta pela crise climática. Para o enfrentamento da crise climática, temas cruciais devem ser abordados, incluindo financiamento climático para mitigação das emissões de gases de efeito estufa e adaptação dos países às consequências da crise climática e para reparação de perdas e danos. A transição energética e justa para a eliminação dos combustíveis fósseis também é um debate relevante, assim como combate ao desmatamento e à degradação de vegetação nativa

Além disso, a COP30 será um momento decisivo para discutir a Meta Global de Adaptação, que define indicadores para orientar os países a adotarem medidas de adaptação à crise climática e monitorarem a implementação dessas ações. Outro ponto relevante será o debate sobre a execução das novas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), essenciais para avançar no cumprimento das metas climáticas globais. 

Espera-se que a COP30 promova uma ampla participação da sociedade civil, incentivando a justiça climática e valorizando os saberes e soluções dos povos indígenas, comunidades quilombolas e grupos tradicionais e periféricos, que estão entre os mais impactados pelos efeitos da crise climática. A realização desta Conferência na Amazônia projeta esse bioma como fundamental para o equilíbrio ambiental do planeta e destaca a importância de proteger os ecossistemas globais como uma das formas de frear a crise climática. 

 

O que é COP?

COP é a sigla para Conferência das Partes (Conference of the Parties, em inglês), a principal reunião das partes signatárias de tratados internacionais organizados pela ONU (Organização das Nações Unidas). Essas conferências desempenham um papel crucial na definição de políticas e ações globais para enfrentar desafios ambientais e climáticos. Atualmente, a ONU realiza três tipos principais de COP na agenda de clima e meio ambiente: a Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD), focada na proteção da biodiversidade global; a Convenção sobre Combate à Desertificação (UNCCD), voltada para o enfrentamento da degradação de solos e desertificação; e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), popularmente conhecida como COP do Clima, esta é a mais famosa e reúne 198 países para discutir e negociar soluções e metas climáticas globais. 

Ao longo dos anos, a COP de Clima tem sido palco de decisões históricas, como o Acordo de Paris (2015), que estabeleceu compromissos globais para limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais:

  • alcançar emissões líquidas zero até 2050;
  • eliminar progressivamente os combustíveis fósseis para matrizes energéticas mais limpas;
  • fomentar a participação ampla de atores diversos no processo de tomada de decisões;
  • além de criar instrumentos de financiamento climático para viabilizar a implementação dos acordos climáticos; entre outros. 

Embora a média da temperatura global de 2024 tenha ultrapassado o 1,5ºC, ameaçando as metas estabelecidas pelos países para limitar o aquecimento global, é possível dizer que o Acordo de Paris apresenta impacto positivo sobre o Clima. De acordo com a Agência Internacional de Energia, o mundo sofrerá com a elevação de temperaturas da ordem de 2.4C até 2100 na comparação com níveis pré-industriais. Por outro lado, essa estimativa está 1C abaixo dos níveis de aquecimento projetados antes da assinatura do Acordo de Paris. Por essas e outras razões, é preciso trabalhar para uma maior ambição dos países e pela valorização e aperfeiçoamento do multilateralismo climático. 

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