HSBC, WWF-Brasil, água e mudanças climáticas: novos desafios, novas propostas

maio, 30 2007

Programa global de combate e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas do HSBC inclui o WWF-Brasil entre seus  mais importantes parceiros.  O banco vem investindo US$ 8 milhões, em ações da organização, focadas, principalmente, nos possíveis impactos sobre os recursos hídricos.

Desde 2007, o Grupo HSBC conduz, em âmbito mundial, o “Climate Partnership”, programa ambiental para responder às urgentes ameaças das mudanças climáticas em todo mundo. Com investimento de U$ 100 milhões e duração de cinco anos, o programa tem suas ações desenvolvidas pelos parceiros WWF, The Climate Group, Earthwatch Institute e Smithsonian Tropical Research Institute (STRI).

O HSBC Climate Partnership está focado em quatro pontos estratégicos: defesa dos recursos hídricos; mitigação dos impactos do CO2 em grandes metrópoles e; pesquisa de biodiversidade em florestas tropicais e engajamento pessoal para mudança de atitude dos indivíduos em todo mundo.

O WWF-Brasil é um dos mais importantes parceiros do HSBC neste programa de responsabilidade ambiental. O banco está investindo US$ 8 milhões nas atividades do Programa Água para a Vida, que tem como focos principais combater as causas das mudanças climáticas no Brasil e, ao mesmo tempo, reduzir os impactos do aquecimento global sobre os recursos hídricos.

Crescimento x desmatamento - O WWF-Brasil incentiva o uso sustentável de fontes renováveis de energia como forma de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Uma das preocupações da instituição, entretanto, é com a ameaça de um crescimento desordenado das culturas necessárias ao biocumbustível, que pode induzir ao desmatamento e ameaçar a segurança alimentar, na medida em que estas culturas substituam a área hoje cultivada com alimentos. No Brasil, a maior causa da emissão de CO2 é justamente o desmatamento.

Álvaro de Souza, presidente do Conselho Diretor do WWF-Brasil acredita que há muito espaço para o crescimento de novos negócios sustentáveis como os biocombustíveis e que a ONG conservacionista tem muito a contribuir no sentido de que este crescimento seja sustentável. “Esta deve ser a opção do Brasil para gerar emprego, promover o desenvolvimento e, ao mesmo tempo, cuidar dos recursos naturais e se preparar para os efeitos das mudanças climáticas”.

O presidente acrescentou que a parceria com o HSBC contribui para uma mudança global, considerando que o banco é uma das mais importantes instituições financeiras do mundo e está elaborando linhas de ação que orientarão seus investimentos de forma a considerar critérios ambientais e sociais.

Gestão de Recursos Hídricos - O Programa Água para a Vida, em sua fase 2, vem investindo na mobilização da sociedade e na criação e adequação de políticas públicas para a gestão dos recursos hídricos no Brasil, a adoção efetiva do Plano Nacional de Recursos Hídricos e sua adequação à realidade das mudanças climáticas são dois desafios que o WWF-Brasil se propõe a enfrentar nos próximos anos.

A organização promove estudos de impactos das mudanças climáticas sobre a água, de forma a propor aos governos e à iniciativa privada medidas de prevenção e redução dos seus efeitos. “Estes estudos são fundamentais, porque ainda é pequeno o conhecimento específico sobre os efeitos do aquecimento global sobre os recursos hídricos no Brasil”, explica Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.

“Toda a sociedade brasileira sabe o que significa excesso ou falta de água e, com os desafios das mudanças climáticas, teremos que nos adaptar para reduzir esses riscos. O Brasil tem, reconhecidamente, uma das melhores legislações do mundo no que tange à gestão dos recursos hídricos. Entretanto, é necessário avançar na sua aplicação, principalmente em se considerando que o país detém 13,7% de toda a água doce disponível no planeta”, avalia Denise Hamú.

Registro da seca na Amazônia em 2005, Silves, AM.
© Ana Cintia GAZZELLI/WWF-Brasil
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