Ah... essa é a pergunta de um milhão de dólares. Uma pergunta dificílima de responder.
Primeiro, não sabemos exatamente o que existe.

Como o mundo é grande e complexo, a ciência descobre novas espécies o tempo todo.

"Os cientistas ficaram espantados em 1980 com a descoberta de uma tremenda diversidade de insetos nas florestas tropicais. Em um estudo com apenas 19 árvores no Panamá, 80% das 1.200 espécies de besouros encontradas eram desconhecidas pela Ciência. É surpreendente que os cientistas tenham uma melhor compreensão da quantidade de estrelas existentes na galáxia do que da quantidade de espécies que existem na Terra". (World Resources Institute – WRI em inglês)

Mesmo com os grandes avanços das pesquisas científicas nesses 30 anos, continuamos descobrindo novas espécies. Na Amazônia, por exemplo, anualmente novas espécies são descobertas. Somente em 2009, em expedições científicas realizadas pelo WWF-Brasil, mais de uma dezena de novas espécies foram descobertas, inclusive de aves e peixes.

Assim, se não sabemos a quantidade que temos, não podemos saber exatamente quanto estamos perdendo.

Porém, temos vários fatos e números que parecem indicar que as notícias não são boas. 

Se existem:
- 100.000.000 de espécies diferentes na Terra
- e o índice de extinção é de apenas 0,01% ao ano
- pelo menos 10.000 espécies são extintas por ano


Para ilustrar o grau de perda da biodiversidade que estamos enfrentando, vejamos uma análise científica...
  • A estimativa feita pelos especialistas é que a perda acelerada de espécies que presenciamos hoje está entre 1.000 e 10.000 vezes acima da taxa de extinção natural.*
  • Esses especialistas calculam que entre 0,01 e 0,1% de todas as espécies são extintas por ano.
  • Se considerarmos que a menor estimativa do número de espécies como verdadeira (isto é, que existem mais ou menos 2 milhões de espécies diferentes em nosso planeta**), isso significa que todo ano ocorrem entre 200 e 2.000 extinções.
  • Porém, se a maior estimativa do número de espécies estiver correta (ou seja, que existem 100 milhões de espécies diferentes convivendo conosco em nosso planeta), então entre 10.000 e 100.000 espécies entram em extinção a cada ano.

* Na verdade, os especialistas chamam essa taxa de extinção natural de taxa de extinção normal. O termo se refere simplesmente à taxa de extinção das espécies que ocorreria sem a interferência humana.

** Entre 1,4 e 1,8 milhão de espécies já foram identificadas pela Ciência.



Os cientistas sabem que, em toda a história do planeta, houve cinco grandes ondas de extinção, como a que exterminou os dinossauros, por exemplo. Acredita-se que, atualmente, vivemos a sexta crise de extinção.

A diferença é que, ao contrário dos outros cinco episódios de extinção em massa da história geológica, dessa vez parece que uma única espécie – a nossa – é quase inteiramente responsável por essa crise.

Então não precisa nem discutir para saber quem está certo ou errado.

Ou pra saber os números exatos.

É praticamente consenso absoluto que há, na verdade, uma crise de biodiversidade seriíssima.
A Castanheira-do-Brasil é uma das espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. 
© Zig Koch/WWF-Brasil
A Castanheira-do-Brasil é uma das espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção.
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