Brasil ganha cinco novas áreas protegidas no sul do Amazonas
maio, 16 2016
Unidades somam 2,83 milhões de hectares, território maior que o estado de Alagoas
O Diário Oficial da União (DOU) trouxe na última quarta-feira (11) duas boas notícias para o meio ambiente. A primeria foi a criação de cinco novas áreas protegidas no sul do estado do Amazonas. A outra foi a ampliação do tamanho de uma floresta nacional naquela região. Essas terras somam 2,83 milhões de hectares e correspondem a uma área maior que o estado de Alagoas.As duas unidades de conservação (UCs) estavam com seus processos de criação bem avançados, mas parados nas gavetas do Palácio do Planalto nos últimos meses. Elas estão situadas na bacia do rio Madeira e foram estabelecidas a partir de estudos financiados pelo Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) – iniciativa apoiada técnica e financeiramente pelo WWF-Brasil há mais de uma década.
Atualmente, o Arpa apoia 114 unidades de conservação, totalizando uma área de 59,2 milhões de hectares. Isso corresponde a 98% da meta de 60 milhões de hectares a serem protegidos na Amazônia.
As cinco novas unidades são:
Nome | Tamanho | Município |
Área de Proteção Ambiental (APA) dos Campos de Manicoré |
151.993 hectares | Manicoré |
Reserva Biológica (Rebio) do Manicoré | 359.063 hectares | Manicoré e Novo Aripuanã |
Parque Nacional (Parna) do Acari |
896.407 hectares | Apuí, Novo Aripuanã e Borba |
Floresta Nacional (Flona) do Aripuanã | 751.295 hectares | Apuí, Manicoré e Novo Aripuanã |
Floresta Nacional (Flona) de Urupadi |
537.228 hectares | Maués |
Já a ampliação se deu na Floresta Nacional Amana, em Maués, que passa a contar agora com 141.337 hectares.
Motivos
Entre os motivos alegados pelo Governo Federal para a criação dessas novas áreas, estão a proteção da diversidade biológica; o apoio à estabilidade ambiental no sul do Amazonas; o desenvolvimento de atividades recreativas, como o contato com a natureza e o turismo ecológico; e a promoção do uso sustentável dos recursos florestais.
O Parque Nacional do Acari, por exemplo, abriga espécies ameaçadas de extinção e fauna abundante, com mais de 150 espécies de mamíferos e mais de 600 espécies de aves. Na última década, foram descobertas três espécies de primatas e duas de aves por ali.
A proteção de vários rios – como o Manicoré, Manicorezinho, Jatuarana, Acari, Camaiú, Sucundurí - também é um dos objetivos de criação dessas novas UCs.
Estratégia
A APA Campos de Manicoré, por sua vez, busca “ordenar” a construção da estrada vicinal que deve ligar a sede do município ao distrito de Santo Antônio do Matupí – um dos mais famosos pontos de exploração madeireira da região.
Para o superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Mário Barroso, a criação de novas unidades de conservação é sempre motivo de celebração: “Trabalhamos com a defesa e conservação da biodiversidade e sabemos que a criação de áreas protegidas é uma das mais eficientes estratégias para garantir que isso ocorra. Por isso vemos com bons olhos o ato do Governo Federal e achamos essa decisão muito interessante”, afirmou.