Países prometem trabalhar juntos pelos oceanos
setembro, 09 2017
O Chamado para a Ação pelos Oceanos foi apresentado pelo Chile durante a Reunião de Alto Nível que encerrou oficialmente o 4º Congresso Internacional de Áreas Protegidas Marinhas (IMPAC4)
por Jaime Gesisky/La Serena-CoquimboBrasil, Argentina, Uruguai, Polinesia Francesa, França, Reino Unido, Peru, México e Senegal aderiram neste sábado (9) em Viña Del Mar, no Chile, à convocação para que todas as nações do mundo trabalhem pela proteção dos oceanos e o uso sustentável dos recursos marinhos.
O Chamado para a Ação pelos Oceanos foi apresentado pelo Ministro de Meio Abiente do Chile, Marcelo Mena, durante a Reunião de Alto Nível entre os governos que encerrou oficialmente o 4º Congresso Internacional de Áreas Protegidas Marinhas (IMPAC4), que aconteceu de 4 a 8 de setembro em La Serena-Coquimbo, no litoral chileno.
O evento organizado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) reuniu cientistas, ONGs, comunidades e representantes de 80 países.
O documento firmado em Viña del Mar leva ainda a assinatura dos Programas das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Desenvolvimento (PNUD) e Cultura e Educação (Unesco) e segue aberto a novas adesões até 31 de outubro deste ano.
O Chamado para a Ação pelos Oceanos busca pretende todas as nações em torno do tema do Congresso: unir as pessoas à conservação dos oceanos. “Não será possível a conservação se a sociedade não comprender e abraçar esta causa”, destacou Marcelo Mena.
Mena lembrou do compromisso assumido pelos países em 2010 junto à Convenção da Diversidade Biológica da ONU (CDB) de alcançar pelo menos 10% de seus territórios costeiros e marinhos devidamente protegidos até 2020, de acordo com as Metas de Aichi.
O Chamado para a Ação foi precedido por um encontro liderado pela presidente do Chile, Michelle Bachelet, que anunciou a criação de uma Rede de Áreas Marinhas de Magalhães no Chile.
A rede é composta pelo Parque Marinho Francisco Coloane (15,06km2); o Parque Marinho Cabo de Hornos (140.000 km2) e a Área Protegida Marinha Seno del Almirantazgo (1152 km2). Somando-se à Área Protegida Marinha de Uso Múltiplo de Rapa Nui e Juan Fernández, o país saltará de 4,3% de proteção na Zona Econômica (ZEE) para 46% em 2018.
O príncipe Alberto II de Mónaco, que participou da Reunião de Alto Nível disse que é preciso estar atento às mudanças que ocorrem no meio ambiente mundial e trabalhar em conjunto para ampliar as áreas protegidas marinhas. “Precisamos criar redes de trabalho que assegurem a proteção efetiva e maior coordenação para uso dos recursos marinhos”, indicou.
Cadeia mesoatlântica
Durante o encontro, o Brasil também teve obteve do Uruguai, Argentina e Gabão o compromisso desses países de trabalharem juntos para gerar conhecimento e chamar a atenção para a importância da Cadeia Mesoatlântica, uma cordilheira submarina que se estende de Norte a Sul sob o Oceano Atlântico, com afloramentos que formam ilhas ao longo de toda a sua extensão.
Há poucos estudos sobre a região, mas acredita-se que ela seja habitat de um grande número de espécies endêmicas, o que significa uma altíssima biodiversidade. Devido às ações humanas, a região também é bastante vulnerável, sendo necessários esforços internacionais para a sua conservação.
O documento assinado pelos países em defesa da Cadeia Mesoatlântica procura chamar a atenção da comunidade internacional sobre a importância desse ecossistema único no mundo.