Banco do Brasil e WWF-Brasil abrem diálogo sobre critérios socioambientais para Soja
setembro, 01 2017
Cerca de 20 atores do setor participaram de workshop em Brasília nesta quinta para discutir sobre o tema
Por Taís MeirelesParceiras desde 2010, as duas instituições convidaram cerca de 20 stakeholders da cultura de soja no Brasil para debater nesta quinta-feira sobre os critérios socioambientais para o crédito agrícola no setor. Representantes da iniciativa privada, academia, instituições financeiras e terceiro setor participaram do workshop, que ocorreu em Brasília, nas dependências do BB.
“O objetivo deste evento é validar os riscos socioambientais da cultura da soja desenvolvidos pelo BB e o WWF-Brasil e captar sugestões de diversos stakeholders para mitigadores de riscos associados”, comenta Marcio Gama, gerente de divisão da Diretoria de Estratégia e Organização do BB.
Durante a abertura do workshop, Marcio falou ao lado de Carolina Siqueira, analista de conservação do Programa Agricultura e Alimentos do WWF-Brasil, sobre o trabalho conjunto que as duas instituições vêm fazendo para redigir os critérios socioambientais com base na metodologia de Supply Risk Analysis.
Metodologia do workshop
A metodologia, criada pelo WWF EUA, atua no mapeamento de riscos socioambientais e de gestão, como desmatamento, mudanças climáticas, infraestrutura e transporte, consumo de água e uso de trabalho análogo ao escravo, totalizando quase 40 critérios. Com esse raio-x do setor, a metodologia permite criar uma matriz de avaliação de risco, de acordo com níveis. “Levar esta metodologia para o Banco do Brasil, o maior agente financeiro de crédito rural no país, vai contribuir para que a agricultura brasileira adote melhores práticas socioambientais” avalia Carolina Siqueira.
Utilizando essa metodologia, os participantes do workshop desta quinta se debruçaram em 11 indicadores, que agora serão reavaliados pelo BB e o WWF-Brasil para enfim serem publicados oficialmente e inseridos no dia a dia dos funcionários do BB. Cada participante também receberá um feedback em formato de relatório de como suas sugestões influenciaram o contexto geral.
“O conceito é muito interessante e importante. Poucas são as instituições que aprofundam o debate assim por tema, então é legal ver que o BB está fazendo isso”, avalia André Nassar, da Agroícone. Indo além, Cleverton de Santana, da Conab, diz que pretende levar esse tipo de metodologia para a instituição. “Trazer diferentes pessoas para falar sobre um tema é algo que todas as instituições deveriam fazer, com certeza”.
Para Edison Kashiyama, da Diretoria de Risco do BB, o processo traz riqueza de informações não apenas para a instituição financeira, mas também para os atores envolvidos no processo. “O trabalho em conjunto traz benefício para todos”, disse. Ana Paula Cunha, assessora de agronegócio do BB no Distrito Federal, complementa: “Esse tipo de discussão agrega no dia a dia de cada um, trazendo uma nova visão que antes não tínhamos da agricultura brasileira”.
A grande expectativa do grupo agora é ver as discussões chegarem à realidade do Banco do Brasil e de outras instituições financeiras. “Se os debates ultrapassarem as paredes dessa sala já estaremos todos bastante satisfeitos. É importante aprofundar o debate, mas também partir para a ação, especialmente considerando a importância da soja no cenário produtivo atual”, comenta André Ferreira, da Embrapa Cerrados.
Programa Água Brasil e a Economia Verde
No atual cenário de expansão da produção e consumo de commodities e com a necessidade cada vez mais crescente de uso eficiente e responsável dos recursos naturais, o Programa Água Brasil busca balancear essa relação entre negócios e natureza por meio de mecanismos de gestão de riscos e novos negócios em Economia Verde.
Com esta iniciativa o Banco do Brasil também reforça seu compromisso com a expansão da produção rural sustentável, em consonância com os princípios da Economia Verde e com sua vocação natural de Banco do Agronegócio.
Com isso em mente, a metodologia foi adaptada pelo Banco do Brasil e o WWF-Brasil para que a gestão de riscos e impactos socioambientais seja aplicada nas principais commodities agrícolas e florestais, promovendo a produção e consumo sustentáveis. O próximo workshop acontecerá no dia 02 de outubro e trará atores dos setores de Milho e Algodão.
Quer saber mais sobre Risco Socioambiental? Conheça a nossa metodologia Supply Risk Analysis aqui. Veja também as atuais Diretrizes de Sustentabilidade do Banco do Brasil aqui.