Organizações, governo e sociedade se unem pelo futuro das áreas protegidas
julho, 20 2017
Trabalho voluntário em UCs no Brasil e no exterior foi tema de seminário em Brasília nesta semana
Diante da ofensiva sem precedentes às áreas protegidas no Brasil, um programa nacional de voluntariado que aproxima a sociedade das Unidades de Conservação (UCs) pode ser considerado um caminho para a manutenção desses espaços. Essa foi uma das avaliações que permeou o I Seminário de Voluntariado do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).O início do evento, nesta terça-feira (18), marcou o dia em que o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) completou 17 anos em vigor.
Com foco em experiências internacionais de voluntariado em áreas protegidas, o evento acontece até esta quinta-feira (20), em Brasília, como parte das comemorações dos 10 anos do ICMBio.
Entre os participantes estão os gestores de programas de voluntariado do órgão, além de representantes de instituições parceiras, como o WWF-Brasil, e de órgãos estaduais e municipais de meio ambiente, professores, estudantes universitários e, claro, os voluntários de todo o país.
O objetivo é discutir a relevância do trabalho voluntário no contexto internacional, promover trocas de experiências, inspirar novas adesões ao programa e reconhecer os gestores, voluntários e parceiros que vêm fazendo a diferença no apoio às UCs do Brasil e do exterior.
Durante o seminário, foram apontados os principais resultados do programa no Brasil para o envolvimento da sociedade na gestão das áreas protegidas e, consequentemente, a importância da manutenção desses espaços ecológicos.
Segundo o coordenador de Políticas Públicas do WWF-Brasil, Michel Santos, as áreas protegidas são de extrema relevância para o equilíbrio climático do planeta, para a manutenção dos ativos ambientais e de vários processos produtivos que oferecem benefícios para toda a sociedade brasileira.
“Essa iniciativa é uma estratégia de gestão que integra a sociedade cada vez mais às unidades de conservação. E isso é o que precisamos em um momento em que há diversos retrocessos em curso no Legislativo para a redução de áreas protegidas. E esse trabalho com voluntários é uma forma de resistência a essa ofensiva. Somente conseguiremos manter nossas UCs íntegras, em longo prazo, com o envolvimento da sociedade”, destacou Santos.
Programa
Nos últimos nove anos mais de cinco mil voluntários já passaram pelas áreas protegidas brasileiras. Com a restruturação do programa em 2016, a iniciativa ganhou novas diretrizes, como o fortalecimento de parcerias, ampliação das possibilidades de atuação da sociedade, mudança de coordenação e revisão da Instrução Normativa que rege a iniciativa.
As linhas de atuação foram ampliadas e contemplam, as áreas de administração, comunicação, consolidação territorial, gestão socioambiental, manejo para conservação, pesquisa e monitoramento, produção e uso sustentável, proteção ambiental e uso público e negócios, além de possibilitar o trabalho online.
Nesta nova estrutura, o programa contempla as seguintes linhas temáticas: manejo para conservação; gestão socioambiental; pesquisa e monitoramento; consolidação territorial; uso público e negócios; proteção ambiental; produção e uso sustentável; além dos departamentos administrativos e de comunicação.
Atualmente, 132 unidades organizacionais contam com o programa formalizado e o número de voluntários chega a quase dois mil. São parceiros da iniciativa o WWF-Brasil, Coalizão Pró-UCs, Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê) e o Serviço Florestal dos Estados Unidos.
Saiba mais e assista aqui à abertura do I Seminário de Voluntariado.