junho, 29 2017

Um relatório histórico com recomendações sobre como o setor financeiro pode explicar questões relacionadas ao clima foi lançado nesta quinta-feira, 29 de junho. O documento, que tem como foco os países do G20, é de autoria da Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD), uma iniciativa empresarial criada pelo Conselho de Estabilidade Financeira-FSB.

O documento possui recomendações aplicáveis a organizações de diferentes setores e jurisdições e estão divididas em quatro grandes áreas temáticas: Governança; Estratégia; Gestão de Risco e Mensuração. O resultado deste trabalho deverá contribuir para o trabalho dos ministros de economia dos países do G20 durante a Cúpula do grupo, que acontecerá a partir de 7 de julho em Hamburgo, na Alemanha.

O líder da Prática Global do Clima e da Energia do WWF, Manuel Pulgar-Vidal, destacou o caráter transformador do relatório, argumentando que a plena implementação dos Acordos de Paris requer não apenas fluxos previsíveis de recursos financeiros e outros recursos, mas algumas mudanças fundamentais na forma como o setor financeiro funciona.

"Este relatório faz recomendações cruciais na área de divulgação de riscos financeiros relacionados ao clima. A implementação dessas recomendações pode desempenhar um papel transformador no alinhamento das práticas de investimento e dos fluxos financeiros com os objetivos climáticos de longo prazo do acordo”, comenta.

"As empresas que se adiantarem se beneficiarão com a possibilidade de serem mais competitivas em nosso mundo em rápida mudança, ao mesmo tempo em que contribuem decisivamente para um mundo melhor para todos", completa.

De acordo com o especialista em Negociações Internacionais de Clima do WWF-Brasil, Mark Lutes, a próxima etapa deve ser a incorporação destas recomendações pelas empresas e investidores em seus relatórios financeiros, e também por governos e agências regulatórios.

“A transição para economia de baixa carbono trará riscos e benefícios para empresas e setor financeiro, e mais transparência para estes elementos contribuirá para sucesso deste processo”, comenta Lutes.

Junto ao relatório, foi divulgada uma carta assinada por empresas de todo o mundo, apoiando as recomendações do TCFD. Entre elas, algumas brasileiras. “A participação destas empresas no documento é um sinal positivo”, conclui o especialista.